Alguns dos primeiros passageiros do 'Voo do Hipogrifo', no Mundo Mágico de Harry Potter, no Universal Orlando Resort, na Flórida
Os representantes de parques de diversão arrancariam suas línguas antes de reconhecerem que suas melhores atrações têm filas absurdamente longas, mas as pessoas por trás do Mundo Mágico realizaram um esforço orquestrado para transformar o tempo de espera em uma parte integral da experiência. Pergunte quanto tempo dura a atração e eles dirão que uma hora, porque é quanto tempo eles querem que você espere para chegar ao clímax de quatro minutos.
A fila da Jornada Proibida serpenteia por salas e corredores do Castelo de Hogwarts, e para aqueles bem atentos – que podem não ser todos – há uma história transcorrendo. Os visitantes se transformam em parte dela, auxiliados por retratos que falam e personagens dos filmes – projeções, hologramas ou algo assim.
O momento principal: Harry e seus amigos Hermione e Ron – saindo de sob o manto de invisibilidade de Harry – pedem que você mate a aula para voar. Os personagens dos filmes que aparecem – Dumbledore, o diretor, é outro – estão tão “presentes” que os fãs mais ardorosos podem relutar em deixar essas cenas preparatórias para trás, mas o passeio chama. Seus assentos chegam em fileiras de quatro por vez, mas cada assento na fileira é independente, permitindo que fileira incline 360 graus e criando a sensação de que você está no passeio sozinho (já que você não consegue ver a pessoa à direita ou esquerda). Crianças menores não podem ir, há uma restrição de altura de 1m20.
A combinação de imagens projetadas e objetos reais que vêm na sua direção enquanto você sobrevoa Hogwarts é impressionante. Talvez você tenha até mesmo que fechar os olhos em certos momentos, o que, se você for jornalista, impedirá convenientemente que você conte demais o que acontece, porque você de fato não viu. Basta dizer que ao final do passeio, você terá tido encontros com o Quadribol (o esporte favorito em Hogwarts), dementadores (as terríveis criaturas fantasmagóricas), um dragão e uma árvore particularmente rabugenta. Os estímulos físicos e visuais são tão rápidos que é difícil absorver tudo; uma única ida não será suficiente para os Pottermaníacos.
Então, o Mundo Mágico curará toda aquela depressão pós-Potter? É a resposta às orações, encantos ou qualquer outra coisa deles?
Sim, esta atração certamente será um bálsamo para suas almas em privação. Ela os convencerá que, apesar da produção da caneta de Rowling ter parado, Hogwarts continua viva. O problema é que em algum momento você terá que partir. E assim que sair pelos portões, o ordinário poderá parecer mais tedioso do que nunca. Até mesmo para um fã casual como eu.
Nós ficamos hospedados no Hard Rock Hotel do resort. De volta ao quarto, eu me vi aborrecido pelo fato das fotos antigas de Elton John e dos Kinks nas paredes se recusarem a ganhar vida e cantarem. Bater nelas com a varinha de US$ 30 que compramos na Olivaras não ajudou.
O hotel tinha um bar agradável, um bom lugar para ir ao se ver confrontado com a verdade que de que a vida real geralmente não tem nada de mágica. Barman, uma cerveja por favor. Mas sem manteiga.
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